domingo, 18 de agosto de 2013

Amor e Especiarias...


Gengibre.  Ela cheirava a especiarias. No cabelo uma rosa branca. Sem véu.  Vestido comprido esvoaçante.A lua era cheia. Plena de luz como ela. 
O sorriso desvelava-lhe a alma. A felicidade é um perfume que não passa despercebido. E aquela noite era auspiciosa para ambos. No ar, suave brisa doce, anunciadora de paixões retumbantes. 
Entrou na tenda. Cheiro a jasmim e canela. Dezenas de lanternas e o ar, morno como um dia de Primavera.
As almofadas convidavam ao deleite e Amira cedeu, reclinou-se numa nuvem fofa de almofadas cor púrpura, suaves e acetinadas. Era delicioso o descanso depois do banho. Adormeceu. 
As pálpebras delineadas a negro despertaram com o suave toque de uns lábios quentes no seu pescoço alvo e doce. Sorriu. O seu peito já palpitava de ansiedade. Secretamente desejava-o cada vez mais, com uma ânsia voraz, ao mesmo tempo que sentia um medo aterrador de se entregar. Haram.
Se estivesse errada era o seu fim, não poderia continuar a viver com a vergonha. O pânico refreava-a. O brilho dos seus olhos esvaneceu. Ele percebera que algo amedrontava a pequena doce contadora de histórias. 
Amira ergueu-se e desviou o rosto. Sentia vergonha por se deixar levar pelo fogo da paixão.  Tinha medo de se entregar sem ser amada. Mas naquele instante, o Sultão pegou na mão trémula dela e colocou-a no seu rosto quente. Beijou-lhe a mão com ternura e lentamente, passou os dedos nos lábios rosados e palpitantes. Os seus lábios tocaram-se descompassadamente ansiosos e os seus corpos uniram-se num abraço cósmico. Explosivo. 

Um abraço apertado. Um beijo demorado, desvelador,adocicado. Apaixonado.
Naquele instante o Universo respondera com estrelas cadentes, um real e esplêndido fogo de artifício.
O Amor nascera ardente em cada um dos corações, naquela noite abençoada. Estava implícito nos gestos devotos dele o quanto era sincero o seu desejo e paixão.  O olhar, perante a intensidade dos sentimentos, falava muito mais que qualquer palavra que se atrevesse de um deles. Palavras ali seriam meros adornos fabricados e desnecessários.  Urgia tocar, fazer alquimia na pele, mostrar por osmose o que faz transbordar o coração. 
Puro entendimento cósmico.  Sintonia. Cumplicidade.
Com gestos suaves e demorados, o dedo do agora rendido Sultão, deslizou pelo ombro alvo dela, desnudando a pele perfumada que beijou como se de um monumento sagrado se tratasse. O branco e vaporoso tecido pôs a descoberto o seio entumescido e ansioso. Com carinhosa curiosidade as mãos percorriam as dunas de prazer de um atlas por desbravar....

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