Amira
vagueava solitária pelos Jardins do Palácio. Ouvia
apenas o som do vento lá fora, no Palmeiral.
Sahr, o seu amigo de uma bossa, vigiava-a atento, deitado sobre as suas quatro patas e parecia escutar-lhe os doces pensamentos. Amira olhava o céu e esperava ansiosamente a noite, para poder sentir perto o Sultão, que fascinado a ouvia divagar as histórias mais doces.
E eis que a noite chegou...
Caravanas cruzam o deserto com cáfilas douradas, lindas cores povoam o caravanserai.
Amira recorda o Sultão que Sahr veio com uma dessas caravanas que por ali passam amiúde.
E a história da Caravana prosseguiu noite dentro.
Ela olhava os olhos brilhantes do Sultão. O seu coração enternecia-se com a sua bondade e laços se estreitavam entre os brilhos das suas doces almas, que cada dia se aproximavam mais. Cada noite era mais mágica e suave. Cada amanhecer mais doce e gentil. Duas almas que se descobriam dia a dia mais calorosas e acarinhadas.
Sahr, o seu amigo de uma bossa, vigiava-a atento, deitado sobre as suas quatro patas e parecia escutar-lhe os doces pensamentos. Amira olhava o céu e esperava ansiosamente a noite, para poder sentir perto o Sultão, que fascinado a ouvia divagar as histórias mais doces.
E eis que a noite chegou...
Caravanas cruzam o deserto com cáfilas douradas, lindas cores povoam o caravanserai.
Amira recorda o Sultão que Sahr veio com uma dessas caravanas que por ali passam amiúde.
E a história da Caravana prosseguiu noite dentro.
Ela olhava os olhos brilhantes do Sultão. O seu coração enternecia-se com a sua bondade e laços se estreitavam entre os brilhos das suas doces almas, que cada dia se aproximavam mais. Cada noite era mais mágica e suave. Cada amanhecer mais doce e gentil. Duas almas que se descobriam dia a dia mais calorosas e acarinhadas.
O
sultão do lindo sorriso camuflou-se por entre as palmeiras do Jardim onde Amira
passeava. Uma cristalina taça de tâmaras
jazia no carmim da tapeçaria persa no interior da Tenda. Amira queria entrar e ficar
ali reclinada e lânguida no sedoso útero daquele ventre impenetrável e secreto. Mas não podia arriscar ser
vista.
A música girava num imaginário
cenário luxuriante em Amira. Entrou e ficou docemente rendida ....
No interior da tenda um
perfume de gengibre e canela.E para
espanto da huri, ali estava ele.
Túnica branca de seda com
bordados de ouro e um manto simples de cor ocre, suave e cintilante como as
estrelas.
Duas almas ainda por se
descobrir. Ainda abismadas com o que queimava dentro de cada um deles. Recuou. Ela escondera-se atrás
do véu e deu um passo atrás, querendo mostrar respeito perante o sultão.
Num gesto afável convidou-a a
sentar junto dele, mas a uma distância em que os seus olhares se tocassem sem
que as mãos pudessem ceder a qualquer impulso.
Duas almas que nesta vida são
cativa e seu dono. Duas almas que percorreram séculos. Que doeram
afastadas, que escalaram montanhas e caminharam desertos, floriram palmeirais.
Duas almas sublimes...jóias
raras e preciosas, carregando em seu peito o mais puro amor que Allah pode
criar.
Estarrecidos, e sem articular
uma palavra, ali ficaram de brilho nos olhos, letargicamente suspensos um no
outro.
Ela sabia que não era apenas
mais uma noite em que perfumaria os sentidos do Sultão com as suas delicadas
prosas. Era bem mais do que isso. O Universo conspirava e deliciava ambos,
enquanto as estrelas bailavam no céu. Magia acontecia no coração de duas almas
que se reencontravam.
Era uma noite morna, com
cheiro a especiarias e Amira continuou a história das grandes caravanas, que
outrora faziam a Rota das Especiarias, incontáveis cáfilas que transportavam
nos alforges o precioso "ouro" tão apreciado no Ocidente. Com voz
doce e ondulada, as histórias ganhavam contorno na mente do Sultão, que cada
dia mais cedia aos encantos da jovem.
Pediu-lhe que parasse, antes
que ela decidisse fazê-lo, sem retomar novamente.
Num gesto rápido, sentou-se
perto dela e olhou-a demoradamente como se contemplasse um dia de chuva no
deserto. Estava grato e feliz por sentir nos olhos brilhantes sonhadores dela,
que ela sentia e correspondia à magia que o Universo conspirava.
Lentamente, com pudor,
levantando a mão polida, morena e bem torneada de nobreza, fez deslizar o dedo
indicador lentamente pelo rosto dela, como se a eternidade fosse terminar ali,
no fim daquele carinho.
Amira sorriu e pegou-lhe na
mão, agora rendida ao poder dela e colocou-a sobre o coração.
Naquele instante darbukas
tocaram e soaram zaghareet ... num súbito impulso, o Sultão, rendido à magia
... roubou um beijo na alvorada.
03/12/2012
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